Até parece contraintuitivo falar que precisamos reduzir o café para ter mais foco e produtividade. Mas é isso mesmo. Acontece que a cafeína, muito presente no café, é um estimulante do sistema nervoso central que funciona bloqueando os receptores de adenosina. A adenosina é um neurotransmissor que está naturalmente presente no corpo humano e desempenha um papel importante na regulação do sono e da vigília. Portanto, quando a cafeína é ingerida ela se liga aos mesmos receptores da adenosina, bloqueando sua ação e enganando o cérebro, passando uma mensagem oposta da realidade.
Ou seja, apesar do seu corpo e da sua mente precisarem de um descanso, a cafeína vem e diz internamente "alerta! alerta! alerta!" A cafeína traz aumento da atividade das células cerebrais, que liberam adrenalina (o hormônio “lutar ou fugir”). Por isso ficamos o tempo todo em estado de alerta sem perceber. Só que, esse estado de alerta constante, provocado pelo consumo excessivo da cafeína, pode levar a sintomas mais severos como tremores, ansiedade, taquicardia, insônia, irritabilidade, síndrome do pânico e até depressão.
E assim, acontece o ciclo vicioso do consumo excessivo do café: Tomar muito café para acordar -> Quando toma muito café tem dificuldade de dormir -> Dorme pouco e/ou mal e como consequência tem dificuldade de acordar -> Toma muito café para acordar -> e assim segue em looping infinito.
Michael Pollan explica porque os humanos são viciados em cafeína e seus efeitos prejudiciais.